Ontem à noite, voltando para casa naquele ônibus lotado, consegui um lugar para sentar. E bem na frente, um casal de estudantes secundaristas. Eles começaram a trocar carinho, nada obsceno, beijaram-se e tocaram-se no rosto... Bem romance de primavera. Logo aí, as pessoas olharam com aquela feição de absurdo, e desaprovação. Então comecei a pensar no assunto, e me veio uma frase: estudantes também amam (mesmo que por um verão ou primavera).
As pessoas, naquele ônibus estão cansadas do trabalho e da rotina, que ficam sem tempo de trocar carinho com seu parceiro e sentem-se recalcadas, porque estudantes, sem a preocupação e consciência de adultos, conseguem se libertar desse mundo problemático, vivendo intensamente cada minuto.
Por isso antes de julgar o comportamento dos outros, devemos avaliar o que pesa em nosso consciente. Para criticar outras pessoas é fácil, basta abrir a boca e “soltar o verbo”, difícil é se avaliar e tentar descobrir o que falta (ou sobra) dentro de nós, para termos críticas tão banais. Ficamos coagidos com o comportamento espojado de quem já curte o que desconhecemos, ou que esteja fora de nossas vidas, mesmo que seja um assunto, um comportamento ou sentimento.
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